Primeiro eram cinco, até que ficaram três. Primeiro eram alternativos, depois mainstream. Mas se dos primórdios experimentalistas do rock progressivo, de um estilo geral conceptual e recôndito até às luzes da ribalta e do sucesso global houve muitas mudanças nos figurinos, a excelência nos conteúdos e nas performances é uma constante. Com a saída de Peter Gabriel para uma proveitossísima carreira a solo ganhou-se em Phil Collins um excelente performer a todos os níveis, faceta que também mostrou depois a solo, catapultando lado a lado a sua carreira a solo e a dos Genesis.
O meu primeiro contacto com os Genesis é do fim dos anos oitenta e início dos anos noventa, época de ouro para os rapazes ingleses, com os sucessos que aqui vos trago. Desta vez, e porque não consigo decididamente dar destaque a apenas uma música, o destaque vai mesmo para as seguintes três obras primas:
- Land of Confusion, do álbum Invisibe Touch, 1987
Esta faixa, com uma mensagem política marcada sobre os tempos da Guerra Fria dos anos oitenta, e um vídeo inovador para a altura, ganhou um Grammy para melhor conceito de vídeo musical em 1988 e ficou em segundo lugar no prémio da MTV para videoclip do ano, perdendo curiosamente para o ex-vocalista agora a solo Peter Gabriel com o seu seminal a todos os níveis Sledgehammer. Um caso em que o brilhantismo da música é acompanhado por igual brilhantismo das imagens em movimento.
- I can't dance, do álbum We Can't Dance, 1991:
Uma das músicas mais divertidas dos anos noventa, com aquele característico som distorcido de colher de metal a bater num copo com água que eu não sei descrever melhor, mas que dá o tom geral de sorriso e boa disposição que também caracteriza o vídeo, com o inesquecível caminhar em fila indiana de fatinho preto sobre um fundo branco ao estilo egípcio.
A versão do Youtube desta faixa, embora divertida, está adulterada aqui e ali, por isso aqui fica o link para o vídeo no site da VH1.
- Jesus he knows me, do álbum We Can't Dance, 1991
Uma faixa que eu, com a minha tenra idade da altura em que o álbum saiu pensava ser apologética - fiando-me no refrão mais do que outra coisa, afinal, no regresso à audição desta faixa, passados estes anos todos praticamente sem a ouvir, e lida a letra e admirado pela primeira vez o magnífico vídeo, em que o Phil Collins demonstra as suas qualidades de actor que nunca chegou a explorar convenientemente, chego à conclusão, agora óbvia, que esta música, além de ser o contrário do que eu pensava, é admirável, não só pela inspiração nos acordes, como pela realização sagaz da crítica às Igrejas que por aí crescem como cogumelos e pululam até aos bolsos dos crentes, apregoando os seus mentores aquilo que insistem em não praticar e prometendo aquilo que não podem dar !
E assim, não é por acaso que acaba o ano e começa outro, ao som de Genesis. Desfrutem do próximo ano!
Thursday, December 31, 2009
E foi ao terceiro post que tudo começou
Posted by Aníbal Meireles at 4:29 AM
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