Thursday, December 31, 2009

E foi ao terceiro post que tudo começou

  Primeiro eram cinco, até que ficaram três. Primeiro eram alternativos, depois mainstream. Mas se dos primórdios experimentalistas do rock progressivo, de um estilo geral conceptual e recôndito até às luzes da ribalta e do sucesso global houve muitas mudanças nos figurinos, a excelência nos conteúdos e nas performances é uma constante. Com a saída de Peter Gabriel para uma proveitossísima carreira a solo ganhou-se em Phil Collins um excelente performer a todos os níveis, faceta que também mostrou depois a solo, catapultando lado a lado a sua carreira a solo e a dos Genesis.

O meu primeiro contacto com os Genesis é do fim dos anos oitenta e início dos anos noventa, época de ouro para os rapazes ingleses, com os sucessos que aqui vos trago. Desta vez, e porque não consigo decididamente dar destaque a apenas uma música, o destaque vai mesmo para as seguintes três obras primas:


- Land of Confusion, do álbum Invisibe Touch, 1987

Esta faixa, com uma mensagem política marcada sobre os tempos da Guerra Fria dos anos oitenta, e um vídeo inovador para a altura, ganhou um Grammy para melhor conceito de vídeo musical em 1988 e ficou em segundo lugar no prémio da MTV para videoclip do ano, perdendo curiosamente para o ex-vocalista agora a solo Peter Gabriel com o seu seminal a todos os níveis Sledgehammer. Um caso em que o brilhantismo da música é acompanhado por igual brilhantismo das imagens em movimento.





- I can't dance, do álbum We Can't Dance, 1991:

Uma das músicas mais divertidas dos anos noventa, com aquele característico som distorcido de colher de metal a bater num copo com água que eu não sei descrever melhor, mas que dá o tom geral de sorriso e boa disposição que também caracteriza o vídeo, com o inesquecível caminhar em fila indiana de fatinho preto sobre um fundo branco ao estilo egípcio.

A versão do Youtube desta faixa, embora divertida, está adulterada aqui e ali, por isso aqui fica o link para o vídeo no site da VH1.


- Jesus he knows me, do álbum We Can't Dance, 1991

Uma faixa que eu, com a minha tenra idade da altura em que o álbum saiu pensava ser apologética - fiando-me no refrão mais do que outra coisa, afinal, no regresso à audição desta faixa, passados estes anos todos praticamente sem a ouvir, e lida a letra e admirado pela primeira vez o magnífico vídeo, em que o Phil Collins demonstra as suas qualidades de actor que nunca chegou a explorar convenientemente, chego à conclusão, agora óbvia, que esta música, além de ser o contrário do que eu pensava, é admirável, não só pela inspiração nos acordes, como pela realização sagaz da crítica às Igrejas que por aí crescem como cogumelos e pululam até aos bolsos dos crentes, apregoando os seus mentores aquilo que insistem em não praticar e prometendo aquilo que não podem dar !




E assim, não é por acaso que acaba o ano e começa outro, ao som de Genesis. Desfrutem do próximo ano!

Monday, December 28, 2009

Speak Japanese ? No ? Just enjoy anyway!

Sejam bem-vindos ao Shibuya-kei, um estilo musical oriundo de um distrito de Tokyo, que desagua numa mistura algo esquizofrénica entre o jazz, o pop e o electropop. Os Pizzicato Five, que, após diversas incarnações, surgem aqui como duo, são um dos fundadores do estilo. Infelizmente o grupo acabou em 2001, mas isso não significa que não tenham deixado um legado deveras curioso.

O título do post reflecte a minha ambivalência perante os Pizzicato Five: por um lado a sonoridade kitsch-pop é contagiante e convida à festa entre amigos, por outro, além da cultura ser diferente, existe a barreira da língua que não nos deixa alcançar toda a gama de emoções que eles pretendem transmitir - fica como que um vazio por preencher - deixando-me também algo frustrado por não descortinar o sentido de algumas repetições que se tornam... repetitivas - perceber o significado poderia eventualmente atenuar essa sensação - veja-se a título de exemplo a faixa que dá nome ao álbum Playboy & Playgirl de 1998, embora se lhes perceba a ironia e o sentido de humor no estilo.

O contacto directo que tive com os Pizzicato Five foi justamente com o álbum "Playboy & Playgirl", e, se a memória não me falha, comprei-o no ano em que saiu ou no ano seguinte, fruto da minha proveitosa aprendizagem sobre diversas bandas e estilos pelos canais sobre música do IRC da época. Infelizmente vendi o álbum passados uns anos. Talvez devido à ambivalência que citei acima, mas as emoções que a música me despertava resultou nisso. Talvez o compre novamente. Acham que vale ? Ou devo tirar um curso de japonês primeiro ?

A minha primeira recomendação é a faixa "La Régle du Jeu" desse álbum:

 



Outras recomendações:

A New Song
  - Playboy & Playgirl, 1998

Baby Portable Rock
  - Happy End of the World, 1997

Wednesday, December 23, 2009

O perfeito vagabundo

Se o pudesse resumir numa expressão era esta. Dos problemas de alcoolismo do início da carreira e de algumas drogas pelo meio, fica apenas o que parece ser um estilo de bêbado em palco, mas que o torna único. Um bom rebelde, bem vivido.

Com temas mundialmente conhecidos como "Up where we belong" do filme "Oficial e Cavalheiro" e "You can leave your hat on" do filme "9 semanas e meia", a voz rouca e uma escolha acertada de covers como "With a little help from my friends" dos Beatles, entre outras desta banda, "Unchain my heart", interpretada duas décadas antes por Ray Charles, ou "Summer in the City" dos Lovin' Spoonful, a carreira do Joe Cocker pauta-se pelo bom gosto em ritmo de passeio pelo Blues-Rock.

As memórias que tenho do Joe Cocker são relativamente recentes, não indo além dos anos noventa - nem para trás nem para a frente.

Não assisti portanto ao concerto que ele deu no Woodstock original em 1969, e até duvido que os meus pais se conhecessem nessa data! Não sou portanto, por impossibilidade física, um seguidor desde o ínicio e, por ter seguido outros rumos entretanto, também me perdi um pouco do que ele anda a fazer. Mas nada como recordar agora para amanhã ir investigar isso mesmo.

Mas falemos de música: o primeiro destaque vai para uma faixa do álbum de 1994, "Have a little faith". Apesar de ter sido comercialmente um pequeno flop, o álbum vale uma audição, especialmente a primeira parte bastante inspirada. Até porque, muitos bons álbuns não têm o devido reconhecimento na altura em que saem e têm-no anos mais tarde.

Vamos ao que interessa: o meu destaque vai para a primeira faixa do álbum: Let the Healing Begin




Outras recomendações:

- Now that the magic has gone

- O dueto com Jennifer Warner: Up where we belong